Gabriel Francisco Junqueira, Barão de Alfenas
Nasceu em 1782, na Faz. Campo Alegre. Deve ter tido as primeiras letras ali mesmo, na Campo Alegre, pelo professor Luiz Gomes.
Gabriel Francisco Junqueira casou-se em 11 de junho de 1808, com Ignácia Constança de Andrade. Após a morte de sua esposa, em 27 de junho de 1858, foi seu inventariante. No inventário, constam várias fazendas dedicadas à agricultura e pecuária, além de grande quantidade de cavalos, gado e porcos - Gabriel Francisco foi quem começou a criação, seleção e desenvolvimento da raça Mangalarga. Mas o que impressiona é o expressivo número de escravos: 111 e o monte-mor (soma dos bens legados) de 327:219$100 (trezentos e vinte sete contos, duzentos e dezenove mil réis e cem vinténs). Muito acima dos abastados fazendeiros da época. Esse inventário é muito interessante pois nos dá uma idéia dos usos e costumes do século XVIII.
Em 1831, na eleição para deputado na Assembléia Constituinte, encarnando as idéias liberais, Gabriel Francisco foi o escolhido para concorrer com o candidato do Imperador D. Pedro I, o ministro José Antônio da Silva Maia, representante do conservadorismo Imperial.
Derrotou-o fragorosamente por uma diferença de mais de 95% do votos!!! Com a derrota estrondosa de seu candidato, o Imperador entrou em depressão e essa derrota e mais o assassinato do jornalista Líbero de Badaró, na Província de São Paulo, foram fatores fundamentais para que abdicasse, em 7 de abril de 1831, em favor de seu filho. Desta forma, a eleição de Gabriel Francisco Junqueira foi um marco importante na história de nosso país pois consolidou os ideais liberais que iriam daí por diante dominar o Parlamento Imperial.
Em 1842, Gabriel Francisco Junqueira comandou, na região de Baependy, um movimento de repercussão nacional: a Revolução Liberal de 1842. A Revolução Liberal encarnava os ideais de uma sociedade mais liberal, em oposição à política conservadora do Império.
A Família Junqueira se destacava não só pelos recursos econômicos de que dispunham seus membros, como também, em conseqüência destes, pelo poder e prestígio político propiciado, entre outros, pela eleição de Gabriel Francisco Junqueira – o Barão de Alfenas foi deputado federal do Parlamento Imperial em três legislaturas seguidas (1834-1837).
Pelo Decreto de 11 de outubro de 1848, o Imperador D. Pedro II, reconhecendo seus méritos pelos inúmeros serviços prestados à Nação, outorgou a Gabriel Francisco Junqueira, o título deBarão de Alfenas.
O Barão de Alfenas faleceu em 18 de janeiro de 1868, aos 87 anos de idade. Foi enterrado na Igreja de São Tomé das Letras, que acabara de construir. Quando morreu, tinha o amor e o respeito de toda a família, o qual nos foi passado por tradição através de gerações, e um enorme prestígio político por sua liderança liberal e pelos inúmeros serviços prestados a Minas e à Nação.
O casal teve 11 filhos, dos quais 9 deixaram grande descendência, hoje espalhada por quase todo o território nacional.
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