segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Família Junqueira

Gabriel Francisco Junqueira, Barão de Alfenas

            Nasceu em 1782, na Faz. Campo Alegre. Deve ter tido as primeiras letras ali mesmo, na Campo Alegre, pelo professor Luiz Gomes.
            Gabriel Francisco Junqueira casou-se em 11 de junho de 1808, com Ignácia Constança de Andrade. Após a morte de sua esposa, em 27 de junho de 1858, foi seu inventariante. No inventário, constam várias fazendas dedicadas à agricultura e pecuária, além de grande quantidade de cavalos, gado e porcos - Gabriel Francisco foi quem começou a criação, seleção e desenvolvimento da raça Mangalarga. Mas o que impressiona é o expressivo número de escravos: 111 e o monte-mor (soma dos bens legados) de 327:219$100 (trezentos e vinte sete contos, duzentos e dezenove mil réis e cem vinténs). Muito acima dos abastados fazendeiros da época. Esse inventário é muito interessante pois nos dá uma idéia dos usos e costumes do século XVIII.
            Em 1831, na eleição para deputado na Assembléia Constituinte, encarnando as idéias liberais, Gabriel Francisco foi o escolhido para concorrer com o candidato do Imperador D. Pedro I, o ministro José Antônio da Silva Maia, representante do conservadorismo Imperial.
            Derrotou-o fragorosamente por uma diferença de mais de 95% do votos!!! Com a derrota estrondosa de seu candidato, o Imperador entrou em depressão e essa derrota e mais o assassinato do jornalista Líbero de Badaró, na Província de São Paulo, foram fatores fundamentais para que abdicasse, em 7 de abril de 1831, em favor de seu filho. Desta forma, a eleição de Gabriel Francisco Junqueira foi um marco importante na história de nosso país pois consolidou os ideais liberais que iriam daí por diante dominar o Parlamento Imperial.
            Em 1842, Gabriel Francisco Junqueira comandou, na região de Baependy, um movimento de repercussão nacional: a Revolução Liberal de 1842. A Revolução Liberal encarnava os ideais de uma sociedade mais liberal, em oposição à política conservadora do Império.
            A Família Junqueira se destacava não só pelos recursos econômicos de que dispunham seus membros, como também, em conseqüência destes, pelo poder e prestígio político propiciado, entre outros, pela eleição de Gabriel Francisco Junqueira – o Barão de Alfenas foi deputado federal do Parlamento Imperial em três legislaturas seguidas (1834-1837).
            Pelo Decreto de 11 de outubro de 1848, o Imperador D. Pedro II, reconhecendo seus méritos pelos inúmeros serviços prestados à Nação, outorgou a Gabriel Francisco Junqueira, o título deBarão de Alfenas.
            O Barão de Alfenas faleceu em 18 de janeiro de 1868, aos 87 anos de idade.     Foi enterrado na Igreja de São Tomé das Letras, que acabara de construir. Quando morreu, tinha o amor e o respeito de toda a família, o qual nos foi passado por tradição através de gerações, e um enorme prestígio político por sua liderança liberal e pelos inúmeros serviços prestados a Minas e à Nação.
            O casal teve 11 filhos, dos quais 9 deixaram grande descendência, hoje espalhada por quase todo o território nacional.




Fazenda Campo Lindo - JB

Fazenda Campo Lindo
          João Bráulio Fortes Junqueira nasceu em agosto de 1836, e casou-se em 16 de janeiro de 1858, com sua prima, Gabriela Vitalina, nascida na Fazenda Melancias (Uberaba). Filha caçula de Francisco Antônio (da Invernada e Melancias), irmã portanto, do Cap. Chico (Francisco Marcolino Diniz Junqueira) e de João Francisco Diniz Junqueira (Melancias-Uberaba-MG), os quais estão entre os primeiros e mais importantes formadores da Raça Mangalarga.
          A Fazenda Campo Lindo foi comprada por João Bráulio de João Roquete. A velha sede foi demolida e, em 1870, ele construiu a que existe até o presente. A atual sede conserva o mobiliário da época. João Bráulio e Gabriela Vitalina nela viveram durante toda suas vida.
          A Campo Lindo foi o criatório de importantes raçadores Mangalarga. João Bráulio criou a marca JB, que é, ainda hoje, símbolo de qualidade e beleza dos Mangalarga Marchadores.

Beijo JB

http://www.familiajunqueira.com.br

Haras JF Jocemar - Garanhões

Colibri da JF Jocemar
Damasco da Ogar x Flauta da Ogar

Foguete da JF Jocemar
Favacho Presente x Bagunça da Cabeça Branca

Irapuru da JF Jocemar
Hércules de Mairiflor x Luminária da Ogar

Jaguar da JF Jocemar
Damasco Edu x Divisa da JF Jocemar

Jupiá da JF Jocemar
Damasca Edu x Estirpe da JF Jocemar

sábado, 22 de outubro de 2011

Mangalarga Marchador

Mangalarga Marchador

                O Mangalarga Marchador é uma raça de cavalos cuja origem remonta à coudelaria Alter Real, que chegou ao Brasil por meio de nobres da Corte portuguesa e, após, cruzada com cavalos de lida, em sua maioria advindos da raças ibéricas (bérberes), que aqui chegaram na época da Colonização do Brasil.
                Segundo a tradição, em 1812, Gabriel Francisco Junqueira (o barão de Alfenas) ganhou de D. João VI, um garanhão da raça Alter Real e iniciou sua criação de cavalos cruzando este garanhão com as éguas comuns da Fazenda Campo Alegre, situada no Sul de Minas onde hoje é o município de Cruzília. Como resultado desse cruzamento, surgiu um novo tipo de cavalo que acreditamos foi denominado Sublime pelo seu andar macio.
                Esses cavalos cômodos chamaram muito a atenção, e logo o proprietário da Fazenda Mangalarga trouxe alguns exemplares de Sublimes para seu uso em Paty do Alferes, próximo à Corte no Rio de Janeiro. Rapidamente tiveram suas qualidades notadas na sede do Império - principalmente o porte e o andamento - e foram apelidados de cavalos Mangalarga numa alusão à fazenda de onde vinham.
                Em 1934 foi fundada a ABCCRM, Associação Brasileira de Criadores de Cavalo da Raça Mangalarga. Anteriormente, houve uma notável migração de parte da Família Junqueira para São Paulo em busca de melhores terras e riquezas. Chegando em novo solo, com topografia diferente, cultura diferente, onde a caçada ao veado era diferente, os cavalos tiveram que se adaptar a uma nova topografia e necessidades tendo a necessidade de um cavalo de melhor galope mais resistente por isto foi mais valorizado a marcha trotada que tem apoios bipedal de dois tempos com tempo mínimo de suspensão que cumpria as novas exigências do animal sem perder a comodidade, pois os animais de tríplice apoio apesar de serem mais cômodos não conseguiam acompanhar o ritmo alucinante das caçadas e a lida com gado em campo aberto que eram as duas maiores funcionalidades do cavalo Mangalarga no estado de São Paulo. Tanto o Mangalarga Marchador como o Mangalarga ou Mangalarga Paulista, são duas raças ibéricas.
                Devido à inevitável diferença que estava surgindo entre os criadores de Mangalarga de São Paulo e de Minas, foi fundada em 1949 uma nova Associação, a ABCCMM. Esta Associação teve origem a partir de uma dissidência de criadores que não concordavam com os preceitos estabelecidos pela ABCCRM e teve como objetivo principal a manutenção da Marcha Tríplice Apoiada.
                O tempo passou e a ABCCMM é hoje a maior associação de equinos da América Latina, com mais de 250.000 animais registrados e mais de 20.000 sócios registrados, com cerca de três mil ativos. Durante o período de meados de 70 ao final da década de 1990 o Marchador teve uma ascensão astronômica no segmento da equinocultura, batendo recordes de animais expostos, registrados, e de preços em leilões oficiais.

Padrão da Raça

Aparência geral
                Porte médio, ágil, estrutura forte e bem proporcionada, expressão vigorosa e sadia, visualmente leve na aparência, pele fina e lisa, pelos finos, lisos e sedosos, temperamento ativo e dócil.

Altura
                Para machos a ideal é de 1,52 m, admitindo-se para o registro definitivo a mínima de 1,47 m e a máxima de 1,57 m.
                Para fêmeas a ideal é de 1,46 m, admitindo-se para o registro definitivo a mínima de 1,40 m e a máxima de 1,54 m.

Cabeça
                Forma: triangular, bem delineada, média e harmoniosa, fronte larga e plana;
                Perfil: retilíneo na fronte e de retilíneo a sub-côncavo no chanfro;
                Olhos: afastados e expressivos, grandes, salientes, escuros e vivos, pálpebras finas e flexíveis;
                Orelhas: médias, móveis, paralelas, bem implantadas, dirigidas para cima, de preferência com as pontas ligeiramente voltadas para dentro;
                Garganta: larga e bem definida;
                Boca: de abertura média, lábios finos, móveis e firmes;
                Narinas: grandes, bem abertas e flexíveis;
                Ganachas: afastadas e descarnadas.

Pescoço
                De forma piramidal, leve em sua aparência geral, proporcional, oblíquo, de musculatura forte, apresentando equilíbrio e flexibilidade, com inserções harmoniosas, sendo a do tronco no terço superior do peito, admitindo-se, nos machos, ligeira convexidade na borda dorsal - como expressão de caráter sexual secundário - crinas ralas, finas e sedosas.

Tronco
                Cernelha: bem definida, longa, proporcionando boa direção à borda dorsal do pescoço;
                Peito: profundo, largo, musculoso e não saliente;
                Costelas: longas, arqueadas, possibilitando boa amplitude torácica;
                Dorso: de comprimento médio, reto, musculado, proporcional, harmoniosamente ligado à cernelha e ao lombo;
                Lombo: curto, reto, proporcional, harmoniosamente ligado ao dorso e à garupa, coberto por forte massa muscular;
                Ancas: simétricas, proporcionais e bem musculadas;
                Garupa: longa, proporcional, musculosa, levemente inclinada, com a tuberosidade sacral pouco saliente e de altura não superior à da cernelha;
                Cauda: de inserção média, bem implantada, sabugo curto, firme, dirigido para baixo, de preferência com a ponta ligeiramente voltada para cima quando o animal se movimenta. Cerdas finas, ralas e sedosas.

Membros anteriores
               Espáduas:
                Braços: longos, musculosos, bem articulados e oblíquos;
                Antebraços: longos, musculosos, bem articulados, retos e verticais;
                Joelhos: largos, bem articulados e na mesma vertical do antebraço;
                Canelas: retas, curtas, descarnadas, verticais, com tendões fortes e bem delineados;
                Boletos: definidos e bem articulados;
                Quartelas: de comprimento médio, fortes, oblíquas e bem articuladas;
                Cascos: médios, sólidos, escuros ou claros e arredondados.
                Aprumos: corretos.

Membros posteriores
                Coxas: musculosas e bem inseridas;
                Pernas: fortes, longas, bem articuladas e aprumadas;
                Jarretes: descarnados, firmes, bem articulados e aprumados;
                Canelas: retas, curtas, descarnadas, verticais, com tendões fortes e bem delineados;
                Boletos: definidos e bem articulados;
                Quartelas: de comprimento médio, fortes, oblíquas e bem articuladas;
                Cascos: médios, escuros e arredondados;
                Aprumos: corretos.

Ação
                Passo: andamento marchado, simétrico, de baixa velocidade, a quatro tempos, com apoio alternado dos bípedes laterais e diagonais, sempre intercalados por tempo de tríplice apoio.
                Características ideais: regular, elástico, com ocorrência de sobrepegada; equilibrado, com avanço sempre em diagonal e tempos de apoio dos bípedes diagonais pouco maiores que laterais; suave movimento de báscula com o pescoço; boa flexibilidade de articulações.
                Galope: andamento saltado, de velocidade média, assimétrico, a quatro tempos, cuja sequência de apoios se inicia com um posterior, seguido do bípede diagonal colateral e se completa com o anterior oposto.
                Características ideais: regular, justo, com boa impulsão, equilibrado, com nítido tempo de suspensão, discreto movimento de báscula com o pescoço, boa flexibilidade de articulações.

Andamento
                Marcha: andamento marchado, simétrico, a quatro tempos, com apoio alternado dos bípedes laterais e diagonais, sempre intercalados por momentos de tríplice apoio.
                Características ideais: regular, elástico, com ocorrência de sobrepegada ou ultrapegada, equilibrado, com avanço sempre em diagonal e tempos de apoio dos bípedes diagonais maiores que laterais, movimento discreto de anteriores, descrevendo semicírculo visto de perfil, boa flexibilidade de articulações.

Bibliografia

  • Garanhões Mangalarga Marchador 1997/1998, s/l.: s/e., 1998
  • Garanhões Mangalarga Marchador 2000/2001, Belo Horizonte, MG: Top 2000 Editora, 2001
  • Garanhões Mangalarga Marchador 2008, Belo Horizonte, MG: Top 2000 Editora, 2008
  • Grandes Fêmeas Mangalarga Marchador 1999/2000, Belo Horizonte, MG: Top 2000 Editora, 2000
  • Grandes Fêmeas Mangalarga Marchador 2003/2004, Belo Horizonte, MG: Top 2000 Editora, 2004
  • Grandes Fêmeas Mangalarga Marchador 2009, Belo Horizonte, MG: Top 2000 Editora, 2009
  • Larousse dos Cavalos, São Paulo, SP: Larousse do Brasil, 2006
  • Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador: A História do Cavalo Mangalarga Marchador, Rio de Janeiro, RJ: Editora Nova Fronteira, 1991
  • Lúcio Sérgio de Andrade: Criação e Adestramento de Cavalos Marchadores, Recife, PE: edição do autor, 1984
  • Lúcio Sérgio de Andrade: Mangalarga Marchador: A Difícil Trajetória de um "Cavalo sem Fronteiras", Contagem, MG: Editora Littera Maciel, 1992
  • C. G. Barbosa: Estudo Morfométrico na Raça Mangalarga Marchador: Uma Abordagem Multivariada, Belo Horizonte, MG: Escola de Veterinária da UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, 1990
  • Sérgio de Lima Beck: O Mangalarga Marchador: Caracterização, História, Seleção Brasília, DF: edição dos autores, 1992
  • Rosaldo F. Bortoni: Mangalarga Marchador e os Outros Cavalos de Sela no Brasil, Uberaba, MG: Grupo Rotal, 1991
  • Ricardo Luís Casiuch: O Romance da Raça: Histórias do Cavalo Mangalarga Marchador, São Paulo, SP: Empresa das Artes, 1997
  • M. D. Costa: Caracterização Demográfica e Estrutura Genética da Raça Mangalarga Marchador, Belo Horizonte, MG: UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, 2002
  • M. C. G. R. Lage: Caracterização Morfométrica, dos Aprumos e do Padrão de Deslocamento de Eqüinos da Raça Mangalarga Marchador e suas Associações com a Qualidade da Marcha, Belo Horizonte, MG: Escola de Veterinária da UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, 2001